<b>Garantir o direito ao trabalho</b>
Perante a ameaça de despedimento de mais de mil trabalhadores da Delphi, em Ponte de Sôr e na Guarda, e de 400, na unidade de Gaia da Yazaki Saltano, os sindicatos da CGTP-IN apelam à unidade na luta pelos postos de trabalho.
Francisco Godinho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás, Sinquifa/CGTP-IN, afirmou à Lusa, anteontem, que a solução imediata, para os trabalhadores da Delphi, em Ponte de Sôr, é «aguentar o mais possível os postos de trabalho». Também salientou o impacto que, confirmando-se, os despedimentos terão na economia da região, uma vez que os salários representam 500 mil euros mensais.
A posição foi tomada depois da uma reunião entre os representantes sindicais e a administração, onde esta anunciou a intenção dos despedimentos e avançou com propostas verbais de indemnizações cujos montantes, o dirigente do Sinquifa, Nelson Freitas, considerou «baixos».
O sindicato tem também dúvidas quanto à viabilidade imediata de encaminhar os 439 operários efectivos despedidos da unidade da Delphi, de Ponte de Sôr, para a formação profissional e a criação de empresas, como propuseram, em comunicado conjunto, os ministérios da Economia e do Trabalho.
Francisco Godinho acrescentou que há vários casais de trabalhadores com o despedimento anunciado e que a maioria tem idade avançada, como dificuldades acrescidas para que a solução proposta pelo Governo seja viável. Disse também não entender a proposta de formação profissional num distrito onde não há empregos.
Esta produtora de portas de correr automáticas e de airbags para automóveis é a maior unidade industrial do distrito de Portalegre e a administração anunciou, dia 4, o seu encerramento para o início de 2009, justificado com a crise que vive a multinacional norte-americana. O Sinquifa anunciou que a produção de airbags será deslocalizada para a Hungria.
Há, nesta unidade, mais 80 contratados a prazo, que os sindicatos receiam que possam ser os primeiros a sair, já este Verão.
No ano passado, a outra unidade da Delphi, na Guarda, anunciou ter adiado, também para este ano, a saída dos primeiros cem, de um total de 524 trabalhadores, que a empresa pretende despedir até Agosto. A multinacional é também a maior empregadora naquela cidade. Somando-se as duas unidades, a Delphi pretende destruir cerca de mil empregos.
Mais 400 ameaçados na Yazaki
Em Vila Nova de Gaia, a administração da Yazaki Saltano anunciou, formalmente, a eliminação e o despedimento colectivo de 400 trabalhadores no fim deste mês, o que levou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro a manifestar-se, dia 7, surpreendido, por considerar haver condições para evitar a situação. Em conferência de imprensa, o dirigente do STIENC/CGTP-IN, Miguel Moreira, afirmou que a empresa pode abandonar a intenção de despedir se optar pela integração nas duas unidades de Ovar, que não prevê que venham a ser afectadas.
Para o próximo dia 30, a empresa anunciou o fim da produção do modelo M59, onde laboram os operários em risco de perder o emprego e especializados na produção de componentes eléctricos para automóveis, de que a Yazaki é fabricante mundial.
Quanto à possibilidade, de alguns destes trabalhadores virem a ser colocados no Grupo Jerónimo Martins, avançada pelo Governo e a Câmara de Gaia, de maioria PSD, o dirigente sindical considerou tratar-se de «uma manobra de propaganda», uma vez que aquela empresa só aceita instalar-se em Gaia a troco de contrapartidas, revelou Miguel Moreira, salientando que, na Jerónimo Martins, o trabalho é precário, aufere-se o salário mínimo nacional e os horários são desregulados. Por isso, considerou que a suposta solução tem «pouco ou nenhum valor».
Actualmente, a Yazaki Saltano garante, em Gaia, 2235 postos de trabalho mas já empregou três mil. Em 1996, nas unidade de Ovar e de Gaia trabalhavam mais de 7 mil.
O PCP apela à resistência
Reafirmando a solidariedade com os trabalhadores da Delphi e as suas famílias, o Secretariado da Direcção da Organização Regional de Portalegre do PCP, apelou, dia 4, em comunicado, à «resistência, luta e à exigência de intervenção do Governo para a resolução deste grave problema e para a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores».
A DOR Portalegre considera que os despedimentos, anunciados na Delphi, se devem ao «caminho há muito definido, pelos sucessivos governos, de defesa dos interesses dos grandes grupos económicos em prejuízo dos interesses dos trabalhadores e da defesa dos seus direitos».
«O PCP não pode deixar de lamentar e criticar estas atitudes que geram desemprego, empobrecimento, dificuldades sociais e económicas e que tanto prejudicarão a região de Ponte de Sôr e o distrito», salienta a DOR Portalegre.
Por seu lado, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP perguntou, num comunicado de dia 7, se «é este o modelo de desenvolvimento moderno que o Governo PS/Sócrates tem para o nosso País», salientando que a Yazaki recebeu quase 7 milhões de euros para se instalar em Portugal e que, agora, o executivo PS não a responsabiliza pelos despedimentos. Os trabalhadores «saberão exigir, do Governo, a defesa dos postos de trabalho», conclui o comunicado, salientando a necessidade de «uma nova política que valorize o País, defenda quem trabalha e garanta o desenvolvimento».
A posição foi tomada depois da uma reunião entre os representantes sindicais e a administração, onde esta anunciou a intenção dos despedimentos e avançou com propostas verbais de indemnizações cujos montantes, o dirigente do Sinquifa, Nelson Freitas, considerou «baixos».
O sindicato tem também dúvidas quanto à viabilidade imediata de encaminhar os 439 operários efectivos despedidos da unidade da Delphi, de Ponte de Sôr, para a formação profissional e a criação de empresas, como propuseram, em comunicado conjunto, os ministérios da Economia e do Trabalho.
Francisco Godinho acrescentou que há vários casais de trabalhadores com o despedimento anunciado e que a maioria tem idade avançada, como dificuldades acrescidas para que a solução proposta pelo Governo seja viável. Disse também não entender a proposta de formação profissional num distrito onde não há empregos.
Esta produtora de portas de correr automáticas e de airbags para automóveis é a maior unidade industrial do distrito de Portalegre e a administração anunciou, dia 4, o seu encerramento para o início de 2009, justificado com a crise que vive a multinacional norte-americana. O Sinquifa anunciou que a produção de airbags será deslocalizada para a Hungria.
Há, nesta unidade, mais 80 contratados a prazo, que os sindicatos receiam que possam ser os primeiros a sair, já este Verão.
No ano passado, a outra unidade da Delphi, na Guarda, anunciou ter adiado, também para este ano, a saída dos primeiros cem, de um total de 524 trabalhadores, que a empresa pretende despedir até Agosto. A multinacional é também a maior empregadora naquela cidade. Somando-se as duas unidades, a Delphi pretende destruir cerca de mil empregos.
Mais 400 ameaçados na Yazaki
Em Vila Nova de Gaia, a administração da Yazaki Saltano anunciou, formalmente, a eliminação e o despedimento colectivo de 400 trabalhadores no fim deste mês, o que levou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro a manifestar-se, dia 7, surpreendido, por considerar haver condições para evitar a situação. Em conferência de imprensa, o dirigente do STIENC/CGTP-IN, Miguel Moreira, afirmou que a empresa pode abandonar a intenção de despedir se optar pela integração nas duas unidades de Ovar, que não prevê que venham a ser afectadas.
Para o próximo dia 30, a empresa anunciou o fim da produção do modelo M59, onde laboram os operários em risco de perder o emprego e especializados na produção de componentes eléctricos para automóveis, de que a Yazaki é fabricante mundial.
Quanto à possibilidade, de alguns destes trabalhadores virem a ser colocados no Grupo Jerónimo Martins, avançada pelo Governo e a Câmara de Gaia, de maioria PSD, o dirigente sindical considerou tratar-se de «uma manobra de propaganda», uma vez que aquela empresa só aceita instalar-se em Gaia a troco de contrapartidas, revelou Miguel Moreira, salientando que, na Jerónimo Martins, o trabalho é precário, aufere-se o salário mínimo nacional e os horários são desregulados. Por isso, considerou que a suposta solução tem «pouco ou nenhum valor».
Actualmente, a Yazaki Saltano garante, em Gaia, 2235 postos de trabalho mas já empregou três mil. Em 1996, nas unidade de Ovar e de Gaia trabalhavam mais de 7 mil.
O PCP apela à resistência
Reafirmando a solidariedade com os trabalhadores da Delphi e as suas famílias, o Secretariado da Direcção da Organização Regional de Portalegre do PCP, apelou, dia 4, em comunicado, à «resistência, luta e à exigência de intervenção do Governo para a resolução deste grave problema e para a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores».
A DOR Portalegre considera que os despedimentos, anunciados na Delphi, se devem ao «caminho há muito definido, pelos sucessivos governos, de defesa dos interesses dos grandes grupos económicos em prejuízo dos interesses dos trabalhadores e da defesa dos seus direitos».
«O PCP não pode deixar de lamentar e criticar estas atitudes que geram desemprego, empobrecimento, dificuldades sociais e económicas e que tanto prejudicarão a região de Ponte de Sôr e o distrito», salienta a DOR Portalegre.
Por seu lado, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP perguntou, num comunicado de dia 7, se «é este o modelo de desenvolvimento moderno que o Governo PS/Sócrates tem para o nosso País», salientando que a Yazaki recebeu quase 7 milhões de euros para se instalar em Portugal e que, agora, o executivo PS não a responsabiliza pelos despedimentos. Os trabalhadores «saberão exigir, do Governo, a defesa dos postos de trabalho», conclui o comunicado, salientando a necessidade de «uma nova política que valorize o País, defenda quem trabalha e garanta o desenvolvimento».